Estruturas para concreto armado oferecem maior resistência e estabilidade quando soldadas

As peças metálicas que integram uma estrutura armada para concreto podem ser montadas através de barras retas avulsas, cortado e dobrado, ou armado pronto. O cliente tem a opção de escolher a forma que prefere receber o seu material, incluindo aí até comprar tudo desmontado e ele mesmo, com sua equipe, realizar esse trabalho de criar as estruturas de acordo com o projeto da sua obra. Mas, para os clientes que escolhem adquirir as estruturas montadas, prontas para serem encaixadas na posição correta da construção, existe uma dúvida muito comum: é melhor utilizar solda ou amarração para a montagem dessas estruturas? É uma questão que faz sentido, mas cujas dúvidas remetem a situações vividas por construtores do passado.

Antigamente, o grande problema era a qualidade do aço utilizado no Brasil, que não era facilmente soldável. A solução de montar as estruturas armadas para concreto com a tecnologia da solda foi trazida das obras europeias. Na época, devido à qualidade do aço vendido no Brasil, as soldas em alguns casos não eram bem feitas, oferecendo menos resistência do que se esperava. Então, no transporte das estruturas para os canteiros de obras, algumas se soltavam, e daí veio e cresceu um grande preconceito, injusto, sobre a qualidade e confiabilidade dessa técnica de fixação.

A solda é um processo de união de dois materiais, assim como a fixação com parafusos, amarração ou colagem, por exemplo. Pela natureza metalúrgica, todos os aços são soldáveis, inclusive aços inoxidáveis, ferro fundido e aços feitos de ligas especiais.  Quando se fala em um aço soldável ou não soldável, na verdade estamos avaliando se o aço é facilmente soldável ou não facilmente soldável. O aço facilmente soldável é aquele utilizado em linhas de produção. Aços não facilmente soldáveis requerem poça de solda maior, tempo maior, metal de adição especial e, às vezes, exigem até pré-aquecimento dos materiais a serem unidos. No caso dos vergalhões, algumas usinas fazem toda a sua linha soldável e, em outras, somente alguns produtos são soldáveis.

Existem dois tipos de soldas praticadas pelos profissionais do mercado: TIG e MIG (ou MAG). A solda do tipo TIG representa um processo de solda manual que utiliza uma máquina de solda retificadora com alta frequência (para abertura do arco), gás de proteção (argônio) e tocha. Em função da utilização do gás para proteger a poça de fusão contra a contaminação do oxigênio, o processo só pode ser realizado em local fechado. A TIG é uma técnica utilizada, principalmente, para soldagem de tubulações, alumínio, aço inoxidável e é um processo menos produtivo comparado aos demais.

Já a solda do tipo MIG é um processo semi-automático, mas pode ser facilmente automatizado e robotizado. Assim como a TIG, também utiliza uma máquina de solda retificadora, um cabeçote de alimentação do arame e gás de proteção. Neste caso, portanto, também é importante que o trabalho seja realizado apenas em um espaço fechado, igualmente devido à utilização do gás. A solda MIG apresenta alta produtividade em razão da alimentação contínua do arame e, por isso, não há necessidade de interromper o processo. Por conta das bitolas dos arames, é possível soldar materiais de várias espessuras com boa qualidade e rapidez.

Não existe uma regra formal para se determinar se a estrutura armada deve ser soldada ou amarrada. A principal diferença entre as duas formas, de novo, é percebida durante o transporte das estruturas, que pode sofrer turbulências. E isso pode afetar as estruturas em casos mais extremos, exigindo a produção de um novo material. Já as peças soldadas apresentam maior resistência ao transporte e garantem mais estabilidade para a estrutura e, consequentemente, maior segurança para a obra.

Todos os vergalhões da Gerdau, Arcelor, Simec, Aço Verde Brasil são facilmente soldáveis. Arcelor Siderurgia, por exemplo, possui laudo que atesta que seus vergalhões CA50, possuem uma composição química adequada a sua soldabilidade, atendendo normas específicas. Claro que a empresa ressalta que “a qualidade e o desempenho das juntas soldadas não dependem somente das características de soldabilidade do aço utilizado, mas também dos métodos, das medidas, da forma, do projeto da obras e das condições de realização da soldagem”.

Na questão específica do serviço de soldagem, vale destacar que, na Udiaço, esse trabalho é realizado por profissionais treinados e experientes, com equipamento adequado, seguindo todas as normas de segurança e levando em consideração o projeto e necessidades do cliente. A empresa possui laudos próprios elaborado com base em experimentos ensaiados no Laboratório Falcão Bauer no qual garante que “todos os elementos de concreto armado, vigas, pilares, e outros utilizados em estruturas, submetidos a esforços de flexão e compressão podem ter suas armaduras soldadas, sem prejuízo de suas funcionalidades e resistências”.

Atualmente a Udiaço só tem produzido armaduras soldadas na forma de tubulões nas máquinas MEP GAM (pilares, estacas e colunas circulares de 30 a 120 cm de diâmetro) e na forma de sapatas e blocos de fundação. Vigas e baldrames ainda não, por limitação do espaço físico, mas para o segundo semestre de 2020 teremos linhas de soldagem específicas para esta gama de produtos. Essas linhas devem ser compostas por soldadores e um armador, pois este último deve, em função do projeto do cliente, determinar quais estribos podem e quais não podem ser soldados, devido ao engastamento das vigas nos pilares nas obras.

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