No início deste ano, os Estados Unidos decidiram retirar a sobretaxa de 103,4% dos tubos de aço brasileiro que eram exportados ao país. A decisão comunicada pelo vice-presidente da República, Geraldo Alckmin, “a decisão ajudará a impulsionar as exportações brasileiras em 2024”.
A barreira comercial vigorava há 30 anos e só foi retirada porque o Brasil comprovou que os preços das mercadorias não são exportados abaixo do custo. Para o economista e sócio da Guardian Gestora, Thiago Conca Sanchez, a nova posição do Brasil diante das exportações de aço para os Estados Unidos promove um ambiente mais equitativo de comércio internacional.
“Com uma participação de mercado considerável no setor siderúrgico, o potencial de aumento das exportações para os Estados Unidos é substancial, conforme indicado pela discrepância entre as exportações atuais e o volume total de produção. Essa mudança tem o potencial não apenas de fortalecer a posição competitiva da indústria de aço brasileira, mas também de impulsionar a economia do país como um todo”, afirma.
Segundo o site da revista Info Money, em 2023, o Brasil exportou cerca de US$ 22 milhões em tubos soldados de aço. Desse total, apenas US$ 457 mil foram destinados aos Estados Unidos, cerca de 2% do valor. Se for considerado todo o setor siderúrgico, o país vendeu, no ano passado, cerca de US$ 1,8 bilhão de produtos em ferro fundido, ferro ou aço, dos quais US$ 332 milhões ao mercado norte-americano, 18% das exportações brasileiras nesse segmento. Segundo o MDIC, a diferença entre as participações de mercado (entre 2% e 18%) indica o potencial da derrubada da medida sobre o comércio exterior brasileiro.